quarta-feira, 11 de julho de 2012

Conselho rejeita processo contra Protógenes por elo com Cachoeira


Representação do PSDB pedia a abertura de processo para investigar as relações de Protógenes com Idalberto Matias Araújo, conhecido como Dadá. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil Representação do PSDB pedia a abertura de processo para investigar as relações de Protógenes com Idalberto Matias Araújo, conhecido como Dadá
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
 
 

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados rejeitou na tarde desta quarta-feira a abertura de processo contra o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) por ligação com um 'araponga' do bicheiro Carlinhos Cachoeira. A decisão acontece no dia em que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) teve o mandato cassado. A informação é da Agência Câmara.
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Por 18 votos contrários, um a favor e uma abstenção, os parlamentares que integram o colegiado rejeitaram o parecer do relator, o deputado Amauri Teixeira (PT-BA), que pedia a investigação do político.
A representação do PSDB pedia a abertura de processo para investigar as relações de Protógenes com Idalberto Matias Araújo, conhecido como Dadá, ex-sargento da Aeronáutica e acusado de ser o "araponga" da organização comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Escutas da Polícia Federal na Operação Monte Carlo flagraram Protógenes em 2011, quando já era deputado, dando orientações a Dadá sobre como proceder como testemunha de um processo aberto pela corregedoria do órgão que investigava a atuação dele como delegado.
Defesa
Em sua defesa, Protógenes lembrou que foi autor do pedido de instalação da CPMI do Cachoeira e que, portanto, seria incoerente atribuir a ele qualquer relação com o esquema. Ele argumentou que a aprovação do parecer do deputado Amauri Teixeira, a favor da abertura do processo, já seria sua condenação política.
Delegado licenciado da Polícia Federal (PF), Protógenes disse ter conhecido Dadá em 2007, durante um trabalho envolvendo os serviços de inteligência da PF e da Aeronáutica. Segundo ele, na época não havia nada que desabonasse a conduta do ex-sargento.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

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Creditos: Lucas W. 2011


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